Brief

Países da América Latina e do Caribe reuniram-se na quinta e na sexta-feira (5 e 6/10) no Palácio Itamaraty, em Brasília, para debater a redução do uso do mercúrio e seus componentes. O encontro foi preparatório para a 5ª reunião da Conferência das Partes (COP5) da Convenção de Minamata sobre Mercúrio, de 30 de outubro a 3 de novembro, em Genebra, na Suíça. 

Os debates foram antecedidos por um encontro na quarta-feira (4/10) dos povos indígenas e comunidades tradicionais do continente, que são desproporcionalmente afetados pelo garimpo.

“Vemos os impactos do uso inadequado de mercúrio nas populações indígenas e nas comunidades tradicionais. O combate ao uso de mercúrio na mineração artesanal exige a cooperação e a realização de ações sinérgicas entre as diversas políticas públicas, e entre governos e povos indígenas e comunidades tradicionais”, disse João Paulo Capobianco, secretário executivo do MMA.

O mercúrio, usado para facilitar a extração do ouro, resulta na poluição dos ecossistemas, e em níveis elevados apresenta riscos graves para saúde, como danos neurológicos, cardiológicos e pulmonares. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), em 2015 a mineração artesanal de ouro em pequena escala respondia por 37% do consumo total de mercúrio e 38% de suas emissões antropogênicas. 

No início deste ano, um laudo da Polícia Federal indicou que indígenas de 14 regiões na Terra Yanomami, em Roraima, apresentaram altos níveis de contaminação pela substância: 76,7% das pessoas estudadas vivem sob alta exposição do metal pesado. A situação, afirmou Capobianco, é “inaceitável”:

“Pesquisadores têm encontrado níveis inaceitáveis de contaminação com mercúrio nas populações indígenas e nas comunidades tradicionais. Temos por obrigação envidar todos os esforços para reverter essa situação”, discursou. “”Queremos que o uso de mercúrio um dia seja apenas história. Precisamos investir em pesquisa para encontrar alternativas sustentáveis e não tóxicas para o seu uso.”

Uma força-tarefa do governo federal conseguiu desde o início do ano reduzir em 80% a área de garimpo ilegal no território Yanomami. Também há reforço as ações de fiscalização ambiental para retirar invasores de Terras Indígenas: operação de desintrusão das TIs Apyterewa e Trincheira Bacajá, no Pará, por exemplo, começou em 2/10.

Cinco séculos de dívidas

Segundo Maria Laura da Rocha, secretária-geral das Relações Exteriores do Brasil, a cooperação da União com as comunidades indígenas é “um passo importante no no resgate de cinco séculos de dívidas com os nossos povos originais”: 

“O mercúrio de origem em atividades ilícitas tem sido combatido com a força da lei como demonstram as operações de desintrusão [expulsão de invasores] em Terras Indígenas”, discursou a diplomata. “O uso do mercúrio legal, por sua vez, tem sido objeto de mapeamento e atividades de capacitação no âmbito do projeto para o desenvolvimento do plano de ação nacional para extração de ouro sem mercúrio.”

A secretária executiva da Convenção de Minamata sobre Mercúrio, Monika Stankiewicz, ressaltou que a mineração com frequência ocorre sem o consentimento dos povos indígenas e comunidades tradicionais que são mais prejudicados por seus impactos: 

“A participação dos povos indígenas é especialmente importante porque a mineração artesanal e em pequena escala de ouro com o uso de mercúrio, como chamamos em nossa convenção, está ocorrendo em muitos dos seus territórios e em vários continentes, incluindo na Amazônia. Gostaria de reconhecer que muitas vezes [a prática] acontece sem o consentimento livre, prévio e informado dos povos indígenas.”

Após o encontro, houve no MMA a exibição do documentário “Amazônia, a nova Minamata”, com a presença do diretor Jorge Bodanzky. Capobianco, Stankiewicz e o secretário nacional do Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental, Adalberto Maluf, também participaram da sessão. 

Adotada em 2013, a Convenção de Minamata busca regular o ciclo de vida do mercúrio, determinando o fim da produção, importação e exportação de uma série de produtos que contêm a substância.

O nome do acordo é uma homenagem ao desastre de Minamata, no Japão, no meio do século passado, quando mais de 900 pessoas morreram e milhares ficaram com sequelas após ingerir grandes quantidades de peixes e frutos do mar contaminados pelo mercúrio dos dejetos despejados de uma indústria química da cidade. 

 

Assessoria de Comunicação do MMA
imprensa@mma.gov.br
(61) 2028-1227/1051

Highlights content goes here...

Ministry of Environment and Climate Change

Quick Insight
RADA.AI
RADA.AI
Hello! I'm RADA.AI - Regulatory Analysis and Decision Assistance. Your Intelligent guide for compliance and decision-making. How can i assist you today?
Suggested

Form successfully submitted. One of our GRI rep will contact you shortly

Thanking You!

Login

Enter your Email

Enter your email id below to signup.

Enter your Email

Enter your email id below to signup.
Individual Plan
$125 / month OR $1250 / year
Features
Best for: Researchers, Legal professionals, Academics
Enterprise Plan
Contact for Pricing
Features
Best for: Law Firms, Corporations, Government Bodies